A pimenta é um ingrediente antigo e muito utilizado pelas culinárias africana e indígena. Tanto os índios nativos do país, quanto os negros africanos que vieram como escravos consumiam pimentas em abundância. Os primeiros comiam-nas secas ou piladas, juntamente com farinha de mandioca (quya). Com a chegada dos escravos africanos ao Nordeste do Brasil – a primeira Região a ser ocupada pelos colonizadores – o consumo de pimentas foi incrementado. A nobreza e o clero apreciaram muito a pimenta brasileira – a Capsicum – que, por ser mais suave, passou a ser preferida e exportada para Portugal.
As cozinhas dos engenhos, dirigidas por européias e conduzidas por escravas africanas, herdaram vários aspectos da indígena. Para acentuar o sabor dos alimentos, e também porque o sal e o açúcar eram produtos muito valiosos, as mulheres utilizavam temperos locais como o coentro, a salsa e a pimenta indígena (Capsicum). Por mais estranhos que fossem ao paladar dos portugueses, eles precisavam se adaptar aos novos gostos dos temperos brasileiros.
Você sabia que o grande disseminador (ou plantador) das pimenteiras é o sabiá, um pássaro que come os frutos e espalha as sementes, através dos seus excrementos. Desse modo, ele semeia a Capsicum por onde passa.
No Brasil são cultivadas várias espécies de pimentas.
Na nossa horta plantamos pimenta malagueta, de frutos vermelhos, altamente picantes; cumari que é picante e ligeiramente amarga; pimenta biquinho, que é arredondada, vermelha e gosto suave; dedo-de-moça que tem o sabor mais suave que a malagueta e a pimenta cambuci, que é verde-clara, achatada, doce e suave.
O prato preferido pelos brasileiros - a feijoada misturada à farinha de mandioca - é sempre regado com molho de pimenta: ele a acompanha e incrementa seu sabor. São os molhos de pimenta que temperam, inclusive, a buchada, o mocotó, a rabada, o caruru de quiabos, a moqueca, a dobradinha, a galinha de cabidela e o sarapatel, pratos típicos da cozinha baiana e pernambucana.
Fonte: VAINSENCHER, Semira Adler. Pimenta. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: Fundação Joaquim Nabuco. Acesso em: 25 nov. 2009.
Fonte: VAINSENCHER, Semira Adler. Pimenta. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: Fundação Joaquim Nabuco